Originalmente do Brasil, o Orçamento
Participativo (OP), notadamente o modelo de Porto Alegre criado em 1989, veio,
ao longo do tempo, servindo como exemplo e referência de inovação democrática
tanto no plano nacional como internacional, e instigando diferentes avaliações
acerca de suas potencialidades e limites em promover mudanças sociais,
culturais e político-institucionais. Tomando como base um conjunto de estudos
sobre os Orçamentos Participativos (OPs), este trabalho pretende realizar um
mapeamento dos debates sobre o tema buscando identificar, especialmente: a) as
definições de OPs que são utilizadas na bibliografia; e b) as referências
analíticas que têm sido utilizadas para a avaliação do surgimento, da
sustentação e/ou do declínio das experiências, em diálogo com as principais
variáveis que têm sido mobilizadas pelos estudos, em especial no Brasil,
apontando que a diversificação de casos amplia as dificuldades de
enquadramentos teóricos, estimula o desenvolvimento de esforços na construção
de modelos e/ou tipologias, e traz rebatimentos conceituais.